Crítica do filme O Melhor Lance
Por um escritor misterioso
Descrição
O cinema europeu tem muita coisa boa, mas poucos filmes chegam aqui. De vez em quando, temos o prazer de conferir uma ou outra obra, sendo que algumas impressionam muito além do esperado. “O Melhor Lance” é o tipo de longa-metragem que se encaixa bem nessa descrição. Escrito e dirigido por Giuseppe
O cinema europeu tem muita coisa boa, mas poucos filmes chegam aqui. De vez em quando, temos o prazer de conferir uma ou outra obra, sendo que algumas impressionam muito além do esperado. “O Melhor Lance” é o tipo de longa-metragem que se encaixa bem nessa descrição. Escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore (cineasta responsável por “Cinema Paradiso”), este filme italiano é um suspense que faz a plateia fixar os olhos na tela por mais de duas horas para desvendar todo o mistério. A história se passa em um mundo de leilões de antiguidades. O protagonista da história é Virgil Oldman, um gênio do ramo que, além de realizar os leilões, faz a avaliação de inúmeras raridades. Por conta de sua fama, Oldman (Geoffrey Rush, também conhecido como o Capitão Barbossa de “Piratas do Caribe”) é contratado pela jovem Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks) para leiloar sua extensa coleção de arte deixada por seus pais. Até aqui, nada de extraordinário. Acontece que, por algum motivo, essa mulher não quer aparecer em público, o que deixa o leiloeiro encucado. Para tentar resolver esse mistério, Oldman conta com a ajuda de Robert (Jim Sturgess), um gênio das engenhocas que manja de mulheres e que, de quebra, vai reconstruir uma antiguidade encontrada nos pertences de Claire. Parece complexo, mas, durante a projeção, tudo é bem explicado. O filme alterna entre esses paralelos, sendo que as peças do enigma são encaixadas conforme o tal objeto antigo é montado. Aos poucos, o suspense cresce ainda mais e muitas coisas inesperadas (e algumas até estranhas) deixam o filme ainda mais interessante. Uma verdadeira obra de arte Artisticamente falando (e não querendo desmerecer outros países), a Itália é o berço da arte, sendo que o maior acervo de pinturas do mundo está lá. Assim, nada mais inteligente do que gravar o filme na bota europeia e aproveitar as paisagens e as obras italianas. A história de “O Melhor Lance” se passa em um número limitado de cenários, mas tudo remete claramente ao tal mundo dos leilões. O enorme casarão onde Claire reside é ideal para o clima de suspense, sendo também um verdadeiro labirinto para guardar todas as antiguidades e quadros. O elenco surpreende. Geoffrey Rush faz um papel ousado e mantém o filme de pé tranquilamente. Jim Sturgess (de “A Viagem” e “Mundos Opostos”) tem participação limitada, mas mostra bom desempenho. Os atores são bem entrosados e há indivíduos que agregam o bastante ao roteiro — até o Donald Sutherland aparece pra dar um oi. Apesar de pouco conhecida, Sylvia Hoeks (que atua mais no cinema europeu e faz muitos curtas) consegue esconder o jogo durante todo o filme. Isso sem contar que, da mesma forma como coloca o protagonista em um enigma complexo, ela é capaz de atrair a atenção do espectador e deixar o maior climão de mistério. Todo o clima de suspense é perfeitamente mesclado com esse mundo de obras de arte, isso graças à parte sonora. A trilha sob a responsabilidade de Ennio Morricone é perfeita! As músicas (clique aqui pra ouvir uma das faixas) abusam de instrumentos clássicos, sendo muito bem entrosadas com as cenas de mistério. De fato, Morricone é mestre! Nota 10 para o conjunto da obra O roteiro de “O Melhor Lance” é bem desenvolto e consegue prender a atenção do público. O longa também agrada ao abusar de uma temática pouco explorada atualmente, introduzindo alguns assuntos bem curiosos (que você descobrirá ao assistir ao filme). Entretanto, é preciso relatar que o longa não é livre de falhas. Poderia haver um pouco menos de enrolação, visto que há reviravoltas desnecessárias. Durante a projeção, é perceptível que o roteiro tenta insinuar inúmeras vezes algumas comparações entre mulheres, obras de arte e leilões. Isso não é ruim, mas poderia ser menos forçado. Eu, como estudante de artes, me identifiquei muito com a proposta e as ideias do longa. Assim, acredito que artistas e designers também vão encontrar muitos elementos familiares que deixam o filme bem interessante. Todavia, pensando como cinéfilo, acredito que a surpresa foi ainda maior ao perceber que o cinema italiano tem capacidades surpreendentes. “O Melhor Lance” é um ótimo filme de suspense que deixará você cheio de dúvidas até o último instante. É um programa ideal para quem adora o gênero. O filme estreia nesta quinta-feira (17 de julho).
O cinema europeu tem muita coisa boa, mas poucos filmes chegam aqui. De vez em quando, temos o prazer de conferir uma ou outra obra, sendo que algumas impressionam muito além do esperado. “O Melhor Lance” é o tipo de longa-metragem que se encaixa bem nessa descrição. Escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore (cineasta responsável por “Cinema Paradiso”), este filme italiano é um suspense que faz a plateia fixar os olhos na tela por mais de duas horas para desvendar todo o mistério. A história se passa em um mundo de leilões de antiguidades. O protagonista da história é Virgil Oldman, um gênio do ramo que, além de realizar os leilões, faz a avaliação de inúmeras raridades. Por conta de sua fama, Oldman (Geoffrey Rush, também conhecido como o Capitão Barbossa de “Piratas do Caribe”) é contratado pela jovem Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks) para leiloar sua extensa coleção de arte deixada por seus pais. Até aqui, nada de extraordinário. Acontece que, por algum motivo, essa mulher não quer aparecer em público, o que deixa o leiloeiro encucado. Para tentar resolver esse mistério, Oldman conta com a ajuda de Robert (Jim Sturgess), um gênio das engenhocas que manja de mulheres e que, de quebra, vai reconstruir uma antiguidade encontrada nos pertences de Claire. Parece complexo, mas, durante a projeção, tudo é bem explicado. O filme alterna entre esses paralelos, sendo que as peças do enigma são encaixadas conforme o tal objeto antigo é montado. Aos poucos, o suspense cresce ainda mais e muitas coisas inesperadas (e algumas até estranhas) deixam o filme ainda mais interessante. Uma verdadeira obra de arte Artisticamente falando (e não querendo desmerecer outros países), a Itália é o berço da arte, sendo que o maior acervo de pinturas do mundo está lá. Assim, nada mais inteligente do que gravar o filme na bota europeia e aproveitar as paisagens e as obras italianas. A história de “O Melhor Lance” se passa em um número limitado de cenários, mas tudo remete claramente ao tal mundo dos leilões. O enorme casarão onde Claire reside é ideal para o clima de suspense, sendo também um verdadeiro labirinto para guardar todas as antiguidades e quadros. O elenco surpreende. Geoffrey Rush faz um papel ousado e mantém o filme de pé tranquilamente. Jim Sturgess (de “A Viagem” e “Mundos Opostos”) tem participação limitada, mas mostra bom desempenho. Os atores são bem entrosados e há indivíduos que agregam o bastante ao roteiro — até o Donald Sutherland aparece pra dar um oi. Apesar de pouco conhecida, Sylvia Hoeks (que atua mais no cinema europeu e faz muitos curtas) consegue esconder o jogo durante todo o filme. Isso sem contar que, da mesma forma como coloca o protagonista em um enigma complexo, ela é capaz de atrair a atenção do espectador e deixar o maior climão de mistério. Todo o clima de suspense é perfeitamente mesclado com esse mundo de obras de arte, isso graças à parte sonora. A trilha sob a responsabilidade de Ennio Morricone é perfeita! As músicas (clique aqui pra ouvir uma das faixas) abusam de instrumentos clássicos, sendo muito bem entrosadas com as cenas de mistério. De fato, Morricone é mestre! Nota 10 para o conjunto da obra O roteiro de “O Melhor Lance” é bem desenvolto e consegue prender a atenção do público. O longa também agrada ao abusar de uma temática pouco explorada atualmente, introduzindo alguns assuntos bem curiosos (que você descobrirá ao assistir ao filme). Entretanto, é preciso relatar que o longa não é livre de falhas. Poderia haver um pouco menos de enrolação, visto que há reviravoltas desnecessárias. Durante a projeção, é perceptível que o roteiro tenta insinuar inúmeras vezes algumas comparações entre mulheres, obras de arte e leilões. Isso não é ruim, mas poderia ser menos forçado. Eu, como estudante de artes, me identifiquei muito com a proposta e as ideias do longa. Assim, acredito que artistas e designers também vão encontrar muitos elementos familiares que deixam o filme bem interessante. Todavia, pensando como cinéfilo, acredito que a surpresa foi ainda maior ao perceber que o cinema italiano tem capacidades surpreendentes. “O Melhor Lance” é um ótimo filme de suspense que deixará você cheio de dúvidas até o último instante. É um programa ideal para quem adora o gênero. O filme estreia nesta quinta-feira (17 de julho).
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